segunda-feira, 7 de novembro de 2011

ANÁLISE DO FILME "CRASH"

Com o filme "CRASH" nos deparamos com várias histórias e vidas distribuídos num verdadeiro labirinto de sentimentos, frustrações e possibilidades. Personagens diferentes, convivendo em outra atmosfera de vida, mas que de fato estão no mesmo mundo, tocando-se cotidianamente, confrontando-se, compreendendo-se. O filme analisado estabelece uma ligação muito forte com as teorias trabalhadas em sala de aula. Conseguimos analisar certas referências que se encaixam na chamada Psicologia da Gestalt, sendo fortemente vista na sua estrutura e seu roteiro onde com muita freqüência citaremos ao longo do texto.

Poucas vezes temos a oportunidade de ver um filme que atinge sua meta sem tematizá-la e com maestria o direto Paul Haggis talvez tenha conseguido. A psicologia da gestalt nos leva a crer que o inteiro é maior do que a soma de suas partes individuais, com isso nos leva ao descobrimento de diferentes fenômenos que ocorrem durante a percepção. Fato extremamente explorado, se olharmos com essa visão, no filme  CRASH. A trama é fragmentada em vários núcleos narrativos, todos imersos em sua apreensão de mundo e em seus preconceitos próprios. Encontramos preconceitos entre nacionalidades, de raça, classes sociais encontraram abuso de poder e até mesmo núcleo sem classificação. Há certa proximidade, os acidentes que os forçam a reconhecer o outro como pertencente ao mesmo universo, foto percebido ao fim do filme. Foi de fato um grande desafio e uma enorme coragem do roteirista e diretor, pois nos trinta primeiros minutos do filmes nos deparamos com essa diversidade de informações. O risco de cansar o telespectador já nos primeiros minutos do filmes fora superado pela temática abordado no filme, o preconceito. Em sua grande maioria, apesar das diferentes abordagens, conseguimos contextualizar todo o filme e ligá-lo a uma reflexão voltada para o relacionamento e o preconceito social.

O preconceito abordado no filme sempre está ligado à percepção dos personagens. Sabemos que preconceito significa Forma de pensamento na qual a pessoa chega a conclusões que entram em conflito com os fatos por tê-los prejulgado.” Assim ligamos logo a psicologia onde “o fenômeno da percepção são explicados pelos psicólogos da Gestalt como sendo regidos pela lei básica da percepção visual: qualquer padrão de estímulo tende a ser visto de tal modo que a estrutura resultante é tão simples quanto às condições dadas.” No filmes em diversas cenas vimos essas “conclusões” entrarem em conflito com a realidade. Cenas como logo aos primeiros minutos do filme onde após sofrer um assalto, já em sua casa, a proprietária troca a fechadura da casa com receio de ser mais uma vez assaltada, mas por uma má percepção não se conforma e pede ao marido para que troque mais uma vez a fechadura, por simplesmente achar que o chaveiro caracteriza-se como um suspeito ou marginal. Baseando em tais circunstâncias a personagem fez o que na Psicologia da Gestalt chamamos de Boa-forma, pois a relação dada pelo estímulo físico nos leva a “entendermos” o ambiente de maneira diferente da realidade. Tanto ai, como em diversas cenas, a Boa-forma é vista de maneira gritante.

A partir de então conseguimos atribuir todo o roteiro as teorias desenvolvidas pela Psicologia da Gestalt.

Edilson Gomes e Aurinelde Nobre  - Psicologia da Comunicação

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